terça-feira, 22 de agosto de 2017

300 dias com ele

Não sei se vou dar conta de contar como tenho vivido. Não sou boa nas contas! Faz de conta que "era uma vez" é o início ideal para este conto de fadas que agora eu conto!
Porque, afinal de contas, o que conta mesmo é o que a gente não conta pra ninguém!
Ah! Desculpe o tom confessional desse texto! Eu deveria estar escrevendo para os leitores, mas como falar dele (que é você)? Usaria o discurso indireto não livre, porque me sinto "presa" a você - sujeito do conto - e trairia a gramática atrevida que vem atrapalhar minha vida!
Exposto o leitmotiv dessa prosa, passo ao motivo do dia: ele. Se você, leitor, não conhece ainda o argumento desse emaranhado de nós, eu explico: há um pouco mais de 300 dias, ele acenou pra mim; era apenas uma forma de reconhecimento, talvez um gesto de aprovação para a minha súbita atenção. Era um dia (era noite já) importante: minha primeira passagem pelo bar depois dos temporais; despretensiosamente trocamos olhares, abraços, palavras (não necessariamente nesta ordem). Depois contamos histórias, literalmente. E vieram as cachaças no mesmo copo; o contato com tato, o corpo.
Quando nossas almas se tocaram, já era tarde! Aí nos tocamos: somos.
Sabe?, eu gosto de falar (escrever) desse nosso começo porque parece mesmo fábula, filme romântico com final feliz! E gosto também porque no início foi o verbo, o livro, uma novela de sucesso!
Nesses 300 dias, ele dividiu minhas horas: agora meu relógio marca apenas minutos... meus verbos conjugados em outros tempos: ele - primeira pessoa, única conjugação, sempre verbo, sempre presente - minha entrelinha fina de inspiração.