Ir pra cama com você, desde a primeira vez, nunca foi uma expressão vulgar. Nosso íntimo lugar comum desfez todos os clichês românticos e previsíveis. Você nunca foi o sedutor dado a canalhices banais. Nunca. Você não me diz palavra chula qualquer. Sua delicadeza tão inusitada toca minha pele detonando sensações-erupções-emoções desconhecidas e desesperadas. E desesperadamente eu desejo seu toque: o tato intacto em minhas profundidades obscuras.
Ir pra cama com você sempre foi doce e terno... circunstancialmente, você me abraça e acolhe meu despreparo emocional... Ir pra cama com você nunca está condicionado a ímpetos efêmeros de desejo. Ir pra cama com você nunca é como se eu fosse um fetiche, uma prenda... Você me enaltece, me enternece.
Ir pra cama com você não cabe em uma prosa de fim de noite, porque é narrativa de madrugada adentro. É uma sintaxe avessa a regras, mas que não comete erros grosseiros de conjugação. Ir pra cama com você é ter sempre reticências entre o delírio e o orgasmo iminente. É saciedade sem ponto final.
Ir pra cama com você dispensa trivialidades rotineiras, pois requer um roteiro menos usual criando cada cena com o ineditismo das horas. Ir pra cama com você atravessa a cronologia razoável dos calendários e relógios dispersos ao longo da história. Ir pra cama com você é suavidade, entrega, sublimação. Ir pra cama com você nunca vai ser protocolo.
E a cada noite, desde a primeira noite, ir pra cama com você é um acontecimento. Porque ir pra cama com você é tudo o que de mais singelo eu desejo (quando sobre você me deito).
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